Porto Alegre, 30 de dezembro de 2024 .
 

Marcos M. trabalhava em um hospital e queria ser médico. Pediu demissão e empregou o dinheiro da rescisão contratual nos estudos como vestibulando. Entrou atrasado no Extensivo porque estava cumprindo aviso prévio, mas disse que ia acompanhar a aula sem problemas, pois estava determinado a passar e ia conseguir isso naquele ano. Nunca faltou a uma aula e foi aprovado na Medicina da UFRGS, UFPEL e UCPEL. Quando eu fui conferir a nota dos alunos pela Internet, descobri que era o oitavo vestibular dele. O surpreendente era que ele jamais reclamou ou adotou aquele discurso de que não agüentava mais, que ia desistir ou se matar se fosse reprovado de novo. Essas lamentações são comuns antes e depois do vestibular. Perguntei ao Marcos porque jamais mencionara o fato de que havia feito tantos vestibulares. A resposta: isso não o ajudaria a passar. Quando louvei o seu esforço e as dificuldades para estudar, ele me disse: " Tu não sabe nem a metade ".

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